segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O parto

Caros leitores,
é com imenso prazer que registro aqui: concluí o livro. Nasceu! É um menino!
A estrutura ficou conforme o planejado: apresentação, 7 capítulos, epílogo.
Depois que eu fizer a primeira tiragem (20 cópias), vou procurar alguém para prefaciar e, aí sim, imprimir a 1ª edição do livro para comercializar.

Na verdade, terminei o livro na madrugada do sábado para o domingo. Desde então, simplesmente não tive nem um minuto livre para postar aqui. Foi muito trabalho de revisão, edição de imagens etc.

Ontem (domingo), meu orientador leu pela última vez o trabalho. Foi um momento ótimo, inclusive pelo lugar do nosso encontro. Como eu estou em Olinda, na casa de Maria Livia (http://cincojantares.blogspot.com), marcamos de nos ver na Livraria Cultura, em Recife.

Thiago me entregou os seis primeiros capítulos corrigidos e leu o restante. Suas observações geralmente se detiveram a "edição" de alguns momentos do livro em que eu incorro na redundância. Também conversamos sobre o 4º capítulo "A FÉ", o mais problemático, que precisou de alguns ajustes.

Mais uma madrugada de trabalho (meu déficit de sono está nas alturas!) e levamos os originais para a gráfica Livro Rápido, aqui em Olinda, nesta segunda-feira (31). Digo eu e Maria Livia, que também levou o Cinco Jantares, feito em parceria com Felipe Ramelli.

Devo dizer que hoje senti um misto de alívio por ter dado tempo, ansiedade para ver como vai ficar a primeira versão do livro (deve ser enviada para aprovação até o final de semana), mas sobretudo de uma imensa felicidade por ver que, com dedicação, consegui terminar o que há alguns meses parecia ser um sonho.

Depois vou postando maiores detalhes.
Quero agradecer a leitura dos amigos que votaram na enquete sobre a capa (surpresa qual vai ser!).
Também agradeço os comentários de pessoas que eu não conheço pessoalmente, mas que deram sua colaboração. Continuem acompanhando!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A Capa

Reta final do livro.



Com o conteúdo quase finalizado, surgem outras questões para resolver. A parte gráfica, por exemplo. Eu sou uma nulidade como designer, uso o photoshop porcamente e a maioria das minhas intervenções são feitas no paint. Sim, tenho um nível triste de conhecimentos em programas de edição e não me orgulho disso. É uma vergonha, mas não posso fazer nada para mudar isso em cinco dias.

Dediquei parte do meu exíguo tempo nesses últimos dias para selecionar a foto da capa. Algumas pessoas deram a ideia de postar opções aqui e vou fazer isso (a enquete e os comentários me ajudaram a definir de uma vez por todas o título do livro: será Turva Água, Turva Mágoa).

Quero que vocês opinem sobre as capas, deem sugestões e votem na ideia melhor. Ela provavelmente não vai ficar exatamente como eu fiz (com meus "dotes" em arte gráfica), mas o conceito geral deve ser esse.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Romance Polifônico

Hoje foi dia de orientação com o professor querido Thiago Soares. Aliás, uma reunião conjunta com os amigos Felipe Ramelli e Maria Livia Cunha do livro-reportagem Cinco Jantares. Como sempre que sentamos para conversar sobre os TCC's, foi muito proveitoso. Entreguei para Thiago tudo o que já escrevi até agora para ele me devolver amanhã.



Com o produto (livro) em reta final, começamos agora a nos preocupar com outra etapa: o relatório. Ele é estruturado em forma de artigo científico e lá se colocam os relatos de experiência junto ao embasamento teórico da coisa toda. A importância desse segundo trabalho é mostrar para nós, alunos, que a universidade não serve apenas para ensinar a técnica e como elaborar um produto jornalístico, mas também para nos fazer refletir sobre o processo da comunicação e as repercussões possíveis dele.


Thiago diz que o que eu estou escrevendo tem nome e se chama "Romance polifônico". O livro se estrutura basicamente em cima de quatro vozes: o Políbio Alves poeta (fragmentos de Varadouro), a autora ficcionista (meus contos com "linguagem literária"), a autora jornalista (meu discurso com "linguagem jornalística") e Políbio Alves por ele mesmo (depoimentos do escritor em 1ª pessoa). Preciso pesquisar sobre esse gênero com urgência. Se alguém que estiver lendo esse blog tiver sugestões de bibliografia, por favor cite nos comentários!

Adianto aqui a estrutura que o livro terá (e o status de como está o andamento do meu trabalho):

* Apresentação (por fazer)
* Capítulo I: O TREM (feito)
* Capítulo II: O RIO (feito)
* Capítulo III: A RUA (feito)
* Capítulo IV: A FÉ (feito)
* Capítulo V: O REINO (feito)
* Capítulo VI: O SONHO (pela metade)
* Capítulo VII: O EXÍLIO (por fazer)
* Epílogo (por fazer)

Lembrando que cada capítulo é composto por um fragmento de Varadouro + um conto meu + o texto da reportagem intercalado com depoimentos do personagem

Nova missão: preciso escolher a foto da capa. Detalhe, eu tenho mais de 800 opções e está sendo dificílimo.

domingo, 23 de outubro de 2011

Hotel Luzo-brasileiro e Hotel Globo


Hotel Globo ainda em funcionamento (foto exposta em painel no Hotel Globo)

Um trecho do quarto capítulo, que fala sobre os hotéis da década de 50. Abaixo, mais fotos do ensaio feito no último domingo!

***

Nem só de cabarés vivia o Varadouro. Além do abundante comércio, a Rua Maciel Pinheiro e seu entorno abrigavam hospedarias diversas que acolhiam os viajantes que chegavam à Capital para fazer negócios. As ruas Visconde de Inhaúma, da Viração (atual Gama e Melo), dos Ferreiros (atual João Suassuna) e da Areia reuniam a maior parte dessas pequenas pensões. O centro da cidade concentrou o setor hoteleiro do final do século XIX à década de 70, quando a orla litorânea passou a ser mais interessante comercialmente.
O quartinho que Políbio ocupava com a mãe, Dona Luzia, ficava localizado na Rua Cinco de Agosto, próximo à Praça Álvaro Machado, que, por sua vez, ficava em frente ao Porto do Capim. O logradouro era também chamado de Largo das Gameleiras e Praça da Sopa, por concentrar a frota de carros, as “sopas”, que transportavam passageiros para o interior do Estado. Nesta praça foi instalado em 1916 o Hotel Luzo-brasileiro, do qual hoje resta apenas a fachada em ruínas. Também chamado de Hotel do Norte, era pouso de caixeiros viajantes, propagandistas e toda sorte de pequenos negociantes nos anos 50.
O Luzo-brasileiro juntamente ao Hotel Globo eram os lugares mais distintos para se hospedar em visita à capital paraibana nas primeiras décadas do século XX. O Globo era propriedade do empresário Henrique Siqueira, “Seu Marinheiro”, e ocupava desde 1928 um prédio de estilo neoclássico no Largo de São Pedro Gonçalves, cujo salão principal era decorado com cristais tchecos e porcelana inglesa. A Paraíba atravessava tempos prósperos com o comércio do algodão, que passou a ser chamado “ouro branco”. No Hotel Globo se acomodavam os poderosos coronéis do sertão, políticos e empresários de outros estados e países.
Em 1953, Políbio Alves tinha doze anos. Por essa época quem administrava o hotel já não era mais Seu Marinheiro, mas seu filho Aguinaldo Siqueira – Guinô. A desativação do Porto do Capim em detrimento da inauguração do Porto de Cabedelo arrastava o Varadouro para a decadência pouco a pouco desde o final dos anos 30. O Hotel Globo sentia a mudança: já não ostentava o luxo de outrora, ainda mais contando com a concorrência do Paraíba Palace Hotel, maior e mais moderno.

Salão principal (foto grande); Seu Marinheiro e esposa; Aguinaldo Siqueira; moça sentada no jardim do hotel. (Fotos expostas em painel dentro do Hotel Globo)

Antiga residência da família Siqueira (foto: Cecília Lima)

Políbio Alves em frente ao Globo (Foto: Cecília Lima)

Ruínas do Hotel Luzo-brasileiro (foto: Cecília Lima)

Detalhe da fachada (foto: Cecília Lima)

sábado, 22 de outubro de 2011

Anjos e demônios do Varadouro

Em nossas conversas, Políbio citou várias vezes um curta metragem produzido pelo professor Jomard Muniz de Britto, chamado Anjos e Demônios do Varadouro, feito em 1994. Políbio não tinha nenhuma cópia do vídeo para me emprestar e eu, apesar da curiosidade, protelei a busca desse filme pois havia coisas mais urgentes para pesquisar.
Eis que nesta madrugada, eu estava trabalhando no TCC e decidi fazer uma busca no lugar mais óbvio que poderia existir: o site do Youtube. Lá estava ele, Anjos e Demônios do Varadouro, na íntegra. Assisti no mesmo instante as quatro partes do filme.
Ao contrário do que eu imaginava, o curta não é um documentário. É mais um vídeo experimental, na qual podemos ouvir o próprio JMB recitando o poema-épico Varadouro, do início ao fim. Ilustrando isso, vemos imagens da Ponte do Baralho, do rio Sanhauá, comunidade do Porto do Capim, Rua Maciel Pinheiro etc.
Destaco aqui a presença do próprio Políbio Alves, que já aparece no comecinho do vídeo e em outras partes também. Também é interessante, para quem conhece o centro histórico de João Pessoa, observar as mudanças daquele cenário. O Hotel Globo e o Largo de São Pedro Gonçalves bem diferentes da restauração. Ver aquilo tão acabado em 1994 e o lugar lindo que é hoje mostra que, tendo vontade, dá sim para recuperar aquela área antiga, por pior que esteja a sua situação.
O vídeo tem muitas alegorias que não enxergo significado. Não faz o tipo de cinema que eu aprecio, mas é traz imagens belíssimas e é um bom registro. É apenas uma opinião minha, isso não desmerece a obra.

PARTE I: http://www.youtube.com/watch?v=Lk00oIYpIcU
PARTE II: http://www.youtube.com/watch?v=IXcOejEE7fc&feature=related
PARTE III: http://www.youtube.com/watch?v=tWb10S7BcHE&feature=related
PARTE IV: http://www.youtube.com/watch?v=MwPlR1pF2l0&feature=related

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ensaio fotográfico




O último domingo (16) foi um dia muito produtivo para o TCC. Nós fizemos um ensaio fotográfico com Políbio no Varadouro. Quando digo "nós" estou fazendo referência a mim e ao meu querido pai que me acompanhou nesta manhã, prestando seus serviços de motorista, diretor de fotografia e palpiteiro.

Tivemos uma ótima manhã. Pegamos Políbio na sua casa e fomos pro Centro, onde passeamos bastante de carro, por várias ruas antigas. A primeira parada já foi, de cara, o momento mais emocionante. Chegamos à Maciel Pinheiro (já falei aqui sobre a importância dessa rua no livro) e fomos procurar a rua em que ele morou quando criança.

Acontece que Políbio jurava que a rua tinha sido destruída e que a casa não existia mais. Mas descobrimos que não. A rua Cinco de Agosto existe sim, e fica exatamente onde eu já suspeitava. Achamos, inclusive, a casinha onde ele viveu de favor com a mãe, Dona Luzia. Ele se emocionou nesse instante, pois não passava por aquele lugar há mais de 50 anos. Do local, hoje resta apenas uma pequena fachada com a porta lacrada com tijolo e concreto. Uma sensação muito grande de degradação. Ficou uma situação um tanto desconfortável no primeiro instante, mas eu e papai fomos conversando com ele e ele se soltou mais. Visitar o Varadouro junto com ele foi inesquecível, ver de perto coisas que tinhamos conversado antes.

Do ponto de vista técnico foi uma experiência muito boa. Tirei aproximadamente 800 fotografias com o novo brinquedinho daqui de casa: uma câmera Nikon D90. Ainda estou aprendendo a manusear a câmera, por isso tirei muitas fotos, pelo menos umas dez vão ter que prestar! rsrsrs

Posto abaixo algumas fotos (vou colocá-las pequenas, pois existem pessoas de má fé que copiam e não creditam e isso me deu trabalho pra fazer)










Depois vou postando outras!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

FOTOS

Só pra não deixar o blog às moscas...



Algumas fotografias de Políbio em diferentes fases da vida, que podem ou não entrar no livro.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A Rua




Eu já disse aqui que a Rua Maciel Pinheiro é um dos lugares mais importantes para a poética de Políbio e, consequentemente, para meu livro. Lendo sua obra, é possível observar que esta rua e seus elementos são uma constante. Paralelamente ao depoimento de Políbio, memória afetiva do personagem, estou pesquisando sobre a rua em si, sua história etc.


Posto abaixo um fragmento de minhas anotações com informações que já consegui apurar em artigos científicos, sites, livros de história da Paraíba e matérias jornalísticas (além de depoimentos de outros moradores de João Pessoa também):


A Rua Maciel Pinheiro recebeu esse nome no início do século XX, em homenagem ao paraibano Luís Ferreira Maciel Pinheiro, jurista formado pela Faculdade de Direito do Recife e jornalista partidário do abolicionismo. Maciel Pinheiro se alistou como voluntário nas tropas brasileiras que lutaram na Guerra do Paraguai. No Brasil, foi ferrenho defensor da queda da monarquia, mas não chegou a assistir à Proclamação da República, morreu seis dias antes.
O nome do filho ilustre foi dado a uma das principais vias da capital, a então chamada Rua do Comércio. Até a década de 50, concentravam-se ali os principais bazares da cidade como a conceituada Alfaiataria Griza, onde era ditada a moda no vestuário dos pessoenses. Lojas famosas de todo tipo de mercadoria: tecidos, calçados, jóias, papelarias, tabernas, farmácias, boticários e também oficinas de carpintaria e vidraçaria, dentre outras especificidades.
No século XIX e início do século XX era comum que o comerciante residisse no pavimento superior de seu estabelecimento. Os sobrados de primeiro andar eram construídos e decorados com requintes arquitetônicos de matrizes européias. Esses casarões tinham eira, beira e sobreira – também chamada de tribeira – detalhes nas bordas dos telhados que conferiam ao proprietário seu status correspondente. Os mais abastados tinham várias alegorias chamadas de sobreiras. Os imóveis dos menos ricos apresentavam detalhes chamados beiras; os de médio poder aquisitivo, apenas eiras. Aqueles que não tinham “eira nem beira” atestavam sua incapacidade de prover dignamente uma esposa e eram descartados.
Antes, porém, de ser nomeada Maciel Pinheiro, a via que une a Rua da República e a Praça Anthenor Navarro teve outros nomes. Durante o Segundo Império foi chamada de Rua Conde D’Eu, em alusão ao militar e consorte casado com a Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II. Antes disso, a rua já mostrava indícios de sua sina: em meados do século XVIII era denominada Rua das Convertidas, por acolher uma espécie de abrigo mantido pela Igreja Católica com a finalidade de “tratar” através de penitências e muitas orações as “mulheres de vida fácil” que desejassem se redimir.



Continuem acompanhando!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

RETRATOS

Alguns retratos da coleção de Políbio Alves:


































Da cima para baixo:



Políbio Alves por David Barbosa; Caricatura feita por um artista de rua em Havana; Retrato feito por um aluno do 4º ano da rede municipal de ensino; Políbio Alves por Elpídio Dantas.