domingo, 27 de novembro de 2011

A bênção do personagem

É muito gratificante quando escrevo uma matéria no jornal e depois recebo um email ou ligação do entrevistado dizendo que gostou ou de algum leitor, comentando como aquela informação foi útil. Óbvio, um elogio é sempre bom, porém não se trata apenas de massagear meu ego, mas de dar um retorno do trabalho que eu tento prestar da melhor maneira possível.

O livro-reportagem Turva Água, Turva Mágoa, enfim, chegou às mãos do seu verdadeiro dono: Políbio Alves, o dono da história. Neste sábado fui à casa dele para entregar, mas terminei deixando na portaria do prédio porque ele não estava. Hoje pela manhã ele me ligou.

Políbio disse que passou a madrugada e a manhã lendo o livro (leu duas vezes!) e que tinha gostado muito e se emocionado também. Uma afirmação sua me deixou excepcionalmente feliz, ele disse que meu livro foi a coisa mais simples, bela e completa que alguém já escreveu sobre ele. Ele também elogiou o projeto gráfico, a escolha das fotografias, a divisão dos capítulos.

Fiquei, claro, muito feliz com a ligação dele! Um elogio vindo de uma pessoa tão culta e crítica fez o meu domingo mais feliz, sem dúvidas. Mas o que gostei mesmo foi e ouvi-lo dizer que eu consegui captar a essência de tudo, da vida, da obra e da ligação entre elas. Isso sem dúvidas foi o melhor, pois vindo do personagem, é a constatação de que o livro-reportagem cumpriu o seu papel. Políbio conseguiu enxergar a si próprio no meu texto.


Em tempo:

Ainda não depositei o TCC na coordenação do curso, o prazo é até 30/novembro. Estive durante a semana escrevendo o relatório técnico que somos obrigados a fazer quando fazemos um produto ao invés de monografia. Hoje concluí e enviei para o orientador, Thiago, ler e corrigir. Pretendo estar entregando tudo na terça-feira. A data da defesa ainda não está fechada, mas é certo que acontecerá até o dia 14 de dezembro.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Enfim, impresso!

(Alguns exemplares em foto de Maria Livia Cunha, do blog www.cincojantares.blogspot.com)


A segunda-feira trouxe uma boa notícia: os livros estão prontos!


Entrei em contato com a Livro Rápido pela manhã e eles informaram que os exemplares já estavam a minha disposição. Foi muita sorte isso acontecer hoje, pois pude aproveitar que Maria Livia estava em Olinda para pegá-los já que a gráfica fica lá. E assim ela o fez. Só vou poder vê-los amanhã e a ansiedade está grande.


Vejam que imprimir um livro não é uma coisa barata de se fazer. Paguei R$ 628,84 por 20 exemplares, apenas. Desses, só vou receber 17, pois 3 ficam retidos na Biblioteca Municipal do Recife, onde foi feito o registro dos direitos autorais. Sim, meu livro existe de fato e de direito e foi registrado no sistema International Standard Book Number (ISBN), sob o código 978-85-406-0135-2.
Muita gente tem perguntado como fazer para adquirir o livro. Bem, isso é uma questão mais delicada. A priori, imprimi poucas cópias apenas para levar para a banca da universidade, entregar a alguns outros professores e ao próprio Políbio, claro. Vou, com toda certeza, fazer uma tiragem maior. Preciso só me organizar financeiramente para isso, porque quem vai bancar sou eu. Aviso que no final de dezembro/início de janeiro vou começar a pré-venda do livro pela internet, pois acho mais fácil que vender de porta em porta e possibilita também que pessoas de outros estados adquiram.


Enquanto isso, adianto que sortearei um exemplar dessa primeiríssima tiragem pelo Twitter/facebook. Depois explico como!


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Encerramento do Ano Cultural

Às 15h desta sexta-feira (18) aconteceu na Estação Cabo Branco a solenidade de encerramento do Ano Cultural Políbio Alves. Medalhas foram entregues aos alunos que se destacaram entre as várias atividades desenvolvidas ao longo de todo o ano, que incluíam música, teatro e poesia, dentre outras manifestações artísticas. Mais de 70 mil estudantes da rede municipal de ensino participaram do projeto.


Políbio me avisou do evento ontem, mas eu infelizmente não pude comparecer. Vejo com muito bons olhos essa iniciativa da Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de João Pessoa. É certo que já houve outras edições do projeto homenageando outras figuras (José Lins do Rego, Ariano Suassuna, Sérgio de Castro Pinto, Zé Ramalho), mas acho que nenhuma foi tão produtiva e com tanto contato entre o homenageado e os alunos.


Sou testemunha da dedicação que Políbio, aos setenta anos, prestou ao Ano Cultural. Ele visitou por diversas vezes todas as escolas do município, sempre interessado no andamento das atividades, palestrando, conversando com professores e alunos. Também sei do seu entusiasmo e esperança com as crianças e adolescentes que conheceu ao longo do ano.


Espero que a prefeitura continue apostando em projetos dessa natureza, que vislumbram a escola não apenas como um depósito de jovens, mas como um ambiente formador de cidadãos.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"Turvas Mágoas"



Aqui vai o comecinho da parte inicial do livro - a apresentação:


João Pessoa é a terceira capital mais antiga do Brasil, fundada em 5 de agosto de 1585. Ao contrário do que ocorreu em outras cidades nordestinas, os primeiros habitantes dessa terra não se estabeleceram junto ao mar. Sua origem se deu às margens de outras águas, mais turvas e menos espumosas que as do Oceano Atlântico: as águas do rio Sanhauá.

Índios, europeus e africanos passaram a conviver nas bordas desse veio d’água, nomeadas de Varadouro – o que viria a ser o primeiro bairro de João Pessoa. Qual um fluido amniótico, o Sanhauá nutriu esse chão germinando uma cidade: a capital da Paraíba, onde eu nasci.

Aqui também nasceu – porém bem antes de mim – um poeta, Políbio Alves dos Santos, que fez do Sanhauá o herói mítico de sua obra Varadouro, livro-poema publicado em 1989. Nele, o escritor traça os fatos históricos que se passaram por aquele córrego, mas também lança um olhar singular à região que serviu de ventre para o nascimento da cidade.

Seu livro não se limita ao alinhavo tradicional das edições didáticas. Traz mais que isso. Varadouro é o registro poético da alma de um bairro, com seus fantasmas, becos e pedras. Uma ode aos escombros da velha cidade que o poeta foi obrigado a deixar na juventude para tentar uma vida mais próspera no sudeste do país.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A CAPA (definitiva)

Enfim, autorizei a primeira tiragem do livro!

Hoje foram feitos os últimos ajustes na diagramação, fiz o pagamento (50% do total) e liberei a impressão.

Estou muito satisfeita com tudo. De vez em quando abro o arquivo para dar uma olhada. Coisa de mãe mesmo...

Mas não tenho mais coragem de ler, porque certamente encontrarei erros. Só vou ler quando já estiver impresso, aí não tem mais volta, mesmo que eu encontre algo para alterar.

Eu havia dito que faria surpresa com a capa (que foi posta em votação aqui), mas não me aguento de ansiedade e terminei mostrando ela para dois amigos no jornal. Agora já era, vou divulgar.

A votação das capas, assim como a enquete sobre o nome do livro, não foram decisivas. Não fiz contagem de votos. Escolhi, no final as opções que eu gostei mais, porém a opinião de todos serviu para eu ir analisando, filtrando e me decidindo, por fim.

Obrigada a todos que têm interagido aqui ou pelo facebook!




Uma curiosidade:


A foto que está na contra-capa do livro é o piso da Casa da Pólvora. Foi um insight do meu pai, ele pediu e eu tirei a foto. Porém, o fiz sem nenhuma intenção de usar. Depois achei bonita e ela terminou entrando como uma textura aí.


O que acharam?


Aqui abaixo transcrevo o texto que está na contra-capa (ele foi escolhido quase na hora de levar para a gráfica! #Correria):


“A Alfândega e a Associação Comercial, tão próximas à sua humilde morada, simbolizavam um mundo do qual ele era um mero observador. Seus domínios eram outros. Políbio era dono dos becos e ruas do Varadouro. Gostava de subir - com esforço - a íngreme Ladeira de São Francisco, passando ao lado da Casa da Pólvora até chegar ao pátio do convento franciscano. Lá do alto observava o Sanhauá fazendo uma curva, qual um cotovelo. A pé, ia fazendo o caminho de volta.
No comecinho da Rua General Osório – Rua Nova – ouviam-se melodias de Schubert e Brahms saídas das janelas da igreja de São Bento, ao meio-dia. Mais à frente, estava a Basílica de Nossa Senhora das Neves, a catedral. Completando o largo, o Colégio das Neves exclusivo para as mocinhas da cidade.
Políbio apertava o passo até chegar à viela que escorria ao lado do colégio: a Ladeira da Borborema. Para ele era a “Ladeira das Pedras”. Do topo, avistavam-se os cabarés, oficinas mecânicas e cortiços da Cidade Baixa: seu reino. Assim – entorpecido com a cobiça infantil pela aventura – descia a ladeira em desabalada corrida. Cruzava a Rua da
Areia até chegar à Cardoso Vieira, onde parava para recuperar o fôlego e voltar para casa.”


(Fragmento do 5º Capítulo - "O Reino")


domingo, 6 de novembro de 2011

O poeta na praça

Você conhece a Praça Anthenor Navarro? Sim, é aquela com uma fileira de sobrados coloridos. Um cartão-postal da cidade e, atualmente, um lugar que concentra pequenos bares onde rola shows alternativos. Uma boa dica para quem quer experimentar vida noturna sem ser a feirinha de Tambaú ou os bares do Bessa.

Nessa Praça existe um busto de Anthenor Navarro, isso praticamente todo mundo sabe. O que nem todo mundo sabe é que nesse mesmo monumento existe uma placa com alguns versos do poema Varadouro de Políbio Alves. Infelizmente o patrimônio está deteriorado, como muitos outros espalhados pela cidade.


" Nesse remate íntimo

Transnuda-se uma cidade

morta e viva

viva-morta


O Varadouro

ainda pulsa

vive

retrata
veias e o coração

da velha cidade"



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Diagramação: primeira versão



Nessa sexta-feira (4) recebi um email da Livro Rápido com o arquivo em PDF da primeira versão do livro. Foi um momento de muita agitação e felicidade, é incrível ver aquilo que você escreveu tomando forma. Essa primeira "prova" já me deixou bastante satisfeita, fiz sugeri pequenos ajustes, nada de crucial. Quando fui à gráfica, deixei lá uma cópia do livro com todas as especificações que eu queria no layout. Isso foi essencial para a equipe de lá fazer tudo certinho.

De cara, uma coisa me decepcionou: o tamanho do livro. Eu esperava que ele ficasse maior, mas não ficou. Depois, pensando sobre isso, cheguei a conclusão de que é besteira. Eu mesma nunca desmereci um livro pela quantidade de páginas, será que as pessoas vão fazer isso comigo? Já li obras pequenas como A Metamorfose de Kafka e nem por isso achei ser menos digno. Fazendo as devidas colocações: trata-se de um livro bem diferente do meu e, não, eu não estou me equiparando a Kafka, faço apenas uma comparação entre os tamanhos.


Acho que o meu livro cumpre sua função, pelo menos a que eu planejei para ele. Conta a história, o recorte que eu quis dar da vida do poeta. Aliás, acho que não comentei isso aqui. Turva Água, Turva Mágoa é uma "meia biografia", como eu mesma classifiquei. diria que 80% do livro se passa na infância de Políbio Alves, do nascimento aos seus 12 anos, período que acredito ter sido o fundamental para a construção de sua própria obra. Foi nesse espaço de tempo que ele teve contato com a maioria dos lugares e personagens que iria abordar em seus livros.

Posso adiantar uma coisa: as fotos do livro estão show! Sem modéstia nenhuma! Garimpei muitas fotos que estavam guardadas, novas e antigas. Alguns amigos com certeza vão reconhecer algumas... Todas elas são de minha autoria (com exceção das fotos antigas, do arquivo pessoal do personagem).


Vou registrando aqui o desenrolar desse processo de diagramação+impressão. Acredito que autorizarei a gráfica a rodar o livro no início da semana que vem.

***

DICA:

A Livro Rápido é uma boa alternativa para quem quer imprimir um livro em pequena tiragem. Eles fazem a diagramação e se responsabilizam por registrar a obra (ISBN), com uma taxa extra para esses serviços, óbvio.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Uma dose de narcisismo

Este é um post para descontrair um pouco e sair do foco do livro


Olá, essa acima sou eu (para quem ainda não conhece). Essa é a foto que vai entrar na orelha do livro. Junto dela estará minha "grande" biografia de duas linhas: "Cecília Lima nasceu em João Pessoa no dia 11 de agosto de 1990. Cursou Jornalismo na Universidade Federal da Paraíba e é atualmente repórter cultural no Jornal O Norte, pertencente ao grupo dos Diários Associados."


Aqui, entretanto, vou me permitir um instante de vaidade e falar um pouco de mim.


Eu tenho 21 anos e nasci em João Pessoa, capital do estado da Paraíba, no nordeste do Brasil. Morei dos 8 aos 15 anos em São José do Egito, interior pernambucano e terra do meu pai. Posso dizer, portanto, que conheço tanto o sertão quanto o litoral dessa pequena parte do país. A paisagem que sempre me fascinou, entretanto, nunca foi nenhuma das duas. Desde criança, o que me atraía era a ruína.


E muitas pessoas, entre amigos e familiares, podem comprovar isso. Esse gosto pelo antigo, pelos destroços, por lugares abandonados. Talvez por tudo isso, acredite que tenho uma alma "velha". Para mim sempre foi um deleite andar pelas ruas antigas do Varadouro, Tambiá, Jaguaribe, bairros centenários de João Pessoa.


Este ano conheci Políbio Alves e sua literatura me chamou de pronto. Ali encontrei um escritor que fala de tudo isso. Do glamour decadente dos velhos palacetes, dos armazéns abandonados, dos fantasmas das pessoas que viveram pelas antigas ladeiras da cidade. Passei a investigar sua vida e sua obra e, aos poucos, sem que eu desse por mim, o esboço desse livro já se desenhava na minha cabeça.


Por coincidência, o gênero literário que mais gosto de ler é o romance histórico (História, outra paixão). Depois vêm as biografias. Nesses estilos, gosto muito da escrita de Fernando Morais, Ruy Castro e Domingos Meireles. Todos eles brasileiros e, adivinhem, jornalistas. Percebi que são gêneros que andam de mãos dadas com o jornalismo.


Juntando toda essa influência e, óbvio, com a sorte de ter conquistado um personagem riquíssimo, escrevi meu primeiro livro. Uma biografia, um "romance de não-ficção", como denomina no Jornalismo Literário. Torço para que este livro cumpra seu papel e que depois dele venham outros. As ideias já começam a fervilhar.