domingo, 23 de outubro de 2011

Hotel Luzo-brasileiro e Hotel Globo


Hotel Globo ainda em funcionamento (foto exposta em painel no Hotel Globo)

Um trecho do quarto capítulo, que fala sobre os hotéis da década de 50. Abaixo, mais fotos do ensaio feito no último domingo!

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Nem só de cabarés vivia o Varadouro. Além do abundante comércio, a Rua Maciel Pinheiro e seu entorno abrigavam hospedarias diversas que acolhiam os viajantes que chegavam à Capital para fazer negócios. As ruas Visconde de Inhaúma, da Viração (atual Gama e Melo), dos Ferreiros (atual João Suassuna) e da Areia reuniam a maior parte dessas pequenas pensões. O centro da cidade concentrou o setor hoteleiro do final do século XIX à década de 70, quando a orla litorânea passou a ser mais interessante comercialmente.
O quartinho que Políbio ocupava com a mãe, Dona Luzia, ficava localizado na Rua Cinco de Agosto, próximo à Praça Álvaro Machado, que, por sua vez, ficava em frente ao Porto do Capim. O logradouro era também chamado de Largo das Gameleiras e Praça da Sopa, por concentrar a frota de carros, as “sopas”, que transportavam passageiros para o interior do Estado. Nesta praça foi instalado em 1916 o Hotel Luzo-brasileiro, do qual hoje resta apenas a fachada em ruínas. Também chamado de Hotel do Norte, era pouso de caixeiros viajantes, propagandistas e toda sorte de pequenos negociantes nos anos 50.
O Luzo-brasileiro juntamente ao Hotel Globo eram os lugares mais distintos para se hospedar em visita à capital paraibana nas primeiras décadas do século XX. O Globo era propriedade do empresário Henrique Siqueira, “Seu Marinheiro”, e ocupava desde 1928 um prédio de estilo neoclássico no Largo de São Pedro Gonçalves, cujo salão principal era decorado com cristais tchecos e porcelana inglesa. A Paraíba atravessava tempos prósperos com o comércio do algodão, que passou a ser chamado “ouro branco”. No Hotel Globo se acomodavam os poderosos coronéis do sertão, políticos e empresários de outros estados e países.
Em 1953, Políbio Alves tinha doze anos. Por essa época quem administrava o hotel já não era mais Seu Marinheiro, mas seu filho Aguinaldo Siqueira – Guinô. A desativação do Porto do Capim em detrimento da inauguração do Porto de Cabedelo arrastava o Varadouro para a decadência pouco a pouco desde o final dos anos 30. O Hotel Globo sentia a mudança: já não ostentava o luxo de outrora, ainda mais contando com a concorrência do Paraíba Palace Hotel, maior e mais moderno.

Salão principal (foto grande); Seu Marinheiro e esposa; Aguinaldo Siqueira; moça sentada no jardim do hotel. (Fotos expostas em painel dentro do Hotel Globo)

Antiga residência da família Siqueira (foto: Cecília Lima)

Políbio Alves em frente ao Globo (Foto: Cecília Lima)

Ruínas do Hotel Luzo-brasileiro (foto: Cecília Lima)

Detalhe da fachada (foto: Cecília Lima)

2 comentários:

  1. Eita, foi só pra dar o gostinho. Tá lindo Cecília, vou aguaradr meu exemplar em casa, ok?

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  2. Lindo, Ceci!! Que show de fotos! Olha, inspirada no teu livro, eu fui visitar o centro antigo da cidade, com Bebel e Beto, num domingo de sol. Ceci, Isabel adorou! Entrou nas igrejas, posou na frente dos monumentos. Estou com um monte de fotos pra colocar! Não são artísticas como as tuas, mas tá bonitinho!! kkkkkkkk....
    Bjos!
    Juliana Almeida
    www.blogdabebel.com.br

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