domingo, 11 de setembro de 2011

A 1ª entrevista

Foto: um frame do vídeo da entrevista



Como eu já havia anunciado aqui no blog, ontem (10/09) eu realizei a primeira entrevista oficial para o TCC com Políbio Alves. Foram ao todo quatro horas de conversa na casa dele, duas delas foram registradas em vídeo. Cheguei ao apartamento dele às 15h em ponto, conforme combinamos, e sai de lá às 19h.
Infelizmente não tirei fotos do making of. Ultimamente tenho sentido a dificuldade que é levar esse projeto adiante sozinha. Elaborei o script da entrevista sozinha e isso demorou muito tempo, pois fiquei pesquisando toda a vida e a obra dele, destacando pontos que gostaria que ele se aprofundasse. Chegando à casa do entrevistado eu, sozinha, montei o tripé, regulei a câmera, organizei o cenário, repassei a pauta...tudo isso enquanto conversava com ele. Eram tantas coisas que eu nao tive tempo de fotografar, tampouco saberia fotografar e ser fotorgrafada ao mesmo tempo. Então ficamos sem foto, por enquanto.

A entrevista

Ontem Políbio me disse algo que, creio, todos os repórteres ficam exultantes ao escutar. Lá pela terceira hora de bate-papo, quando fazíamos uma pausa para lanchar ele olhou para mim e disse que naquela tarde estava me falando coisas que ele jamais havia comentado com outra pessoa. Disse também outra coisa que me deixou satisfeita. Primeiro, que apesar de nos conhecermos há pouco tempo ele sentia firmeza nas minhas observações e, depois, por um motivo óbvio: ninguém nunca havia feito aquele tipo de pergunta a ele, sobre assuntos mais profundos, existenciais, que ultrapassam os clichês jornalísticos de "Quantas obras", "Quando vai publicar o próximo livro", etc. Talvez esse seja o motivo para ele nunca ter falado, pois ninguém perguntou.
Ao elaborar o roteiro da entrevista eu já havia delimitado um ponto onde encerraríamos a conversa. Iríamos tratar desde a origem dele, a família, a infância, até o momento em que ele se muda para o Rio de Janeiro. Também quis fazer uma leitura detalhada do Varadouro com ele. Então selecionei passagens do livro que gostaria que ele me explicasse. Tudo isso deu certo, mas houve um pequeno imprevisto (mas que não prejudicou nada). Eu levei a câmera e comprei 4 Dvds para gravar (cada um deles cabe 1 hora de vídeo, em baixa qualidade). Pouco antes de ir para a casa de Políbio, eu fui testar os dvds e percebi que dois deles estavam com defeito, de modo que me restavam apenas dois para utilizar, ou seja, duas horas livres.
Cheguei lá e acionei a câmera na primeira pergunta, conversamos, conversamos, fizemos uma pausa quando completou uma hora de entrevista para eu trocar o dvd. Depois, já no segundo dvd, conversamos mais (a tal leitura dinâmica do Varadouro), mas o dvd chegou ao fim e eu não consegui abordar todos os tópicos que havia planejado. Não me obriguei a apressar a conversa apenas para "caber" no dvd. Então optei por interromper o roteiro. Não houve prejuízo. Na nossa próxima entrevista, que já está marcada para o próximo sábado, continuaremos de onde paramos e daremos continuidade à biografia dele, partindo da ida dele ao RJ.

Aspectos positivos da primeira entrevista:
-O entrevistado não se intimidou com o fato de estar sendo filmado, a conversa fluiu muito naturalmente
-Conheci a casa dele e percebi que seu ambiente diz muito sobre sua personalidade, vou fotografa-lo la e filmar também
-Políbio possui muito material de arquivo, ele é bastante organizado, guarda documentos, recortes de jornal e muitas outras coisas que facilitam meu trabalho


Aspectos negativos:
-Políbio tem certa dificuldade para lembrar nomes e datas, o que com certeza vai me dar alguma dor de cabeça quando for redigir
-Eu falo demais, algumas vezes, me empolgo e termino "falando por ele" coisas que gostaria de ouvir dele. Preciso me policiar
-A leitura do Varadouro, para mim é essencial, mas ele me revelou que não gosta de ler seus livros. Acho que criei uma situação que ele não curtiu muito, mas ele não reclamou e se mostrou solícito a responder meu questionamentos

Últimas:
- Políbio me deu a versão em língua inglesa de seu livro "Exercício lúdico - invenções e armadilhas" ("Emotional Training - creations and traps"), com tradução da professora Bárbara de Fátima Alves de Oliveira, que está estudando sua obra no doutorado da UFBA. O livro é curtinho e eu li ontem mesmo.
-O escritor está visitando todas as escolas municipais e Centros de Referência em Educação Infantil de João Pessoa, por conta do projeto Ano Cultural. Ele tem me contado experiências maravilhosas com os alunos da rede pública, coisas que me instigam a acreditar cada vez mais no poder da Educação. De 25 a 30 de setembro, as escolas farão apresentações baseadas em Varadouro no Teatro Ednaldo do Egypto, e eu certamente vou conferir.

Meu próximo passo: transcrever as duas horas de depoimentos colhidos neste sábado.

2 comentários:

  1. Ceci, tu realmente precisa da minha opinião sobre esse teu projeto? ESTÁ SENSACIONAL!! Sensacional por inúmeros motivos. Primeiro, porque você mostrou seu amor pelo Jornalismo e pela arte de "contar histórias", fugindo da convencional e cômoda monografia, e optando por escrever uma biografia inédita.
    Segundo, porque você escolheu brilhantemente seu personagem. Eu também não conhecia nada sobre Políbio Alves, a não ser que era um escritor, e ponto. Imagino que nessa mesma situação está a maioria dos paraibanos.
    Terceiro, você está contribuindo, com toda certeza, para divulgar a vida e a obra de um artista da nossa terra. É tão difícil ser reconhecido na terra natal. Pior ainda se essa terra for aqui, onde se prefere sempre enaltecer o que vem de fora.
    Cecília, tenho certeza que esse livro ainda vai receber muitos prêmios. Você receberá nota máxima na TCC. E, vai apresentar seu livro no Intercom do próximo ano.
    Mas, o mais importante de tudo, você está nascendo com uma escritora maravilhosa. Pode escrever.
    Li todo o blog e fiquei muito orgulhosa de ser sua irmã!
    Ps. Se precisar, pode me chamar pra tirar as fotos e segurar o tripé da câmera (risos)... Será um trabalho completamente amador e tosco, mas talvez dê pra aproveitar alguma coisa.
    Parabéns, querida!

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  2. Parabéns pelo projeto Cecília. Sou suspeito para falar, já que gosto muito dos seus textos e admiro a convicção com que vc se apega a suas reportagens, principalmente sendo elas da área cultural. Assim que esse livro sair quero um exemplar. Um abraço.

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