quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Varadouro nas escolas



Depois de um hiato de uma semana sem escrever no blog estou de volta. O motivo da ausência foi minha ida ao congresso nacional Intercom 2011, em Recife (PE). Pretendo estar no próximo, que será realizado em Fortaleza, apresentando meu livro, mas isso é uma outra história.

A novidade é que o jornal O Norte publicou mais uma matéria (de minha autoria) sobre Políbio Alves, meu personagem. Na última terça-feira (6) a Prefeitura Municipal de João Pessoa realizou o lançamento da nova edição do livro Varadouro no Salão Panorâmico da Estação Ciência. Cerca de 2 mil exemplares serão entregues a instituições de ensino públicas da cidade. Na matéria também é divulgado que o livro de contos de Políbio, O que resta dos mortos, está sendo traduzido pro francês (Conforme eu já havia escrito aqui no blog).


Transcrevo abaixo o texto na íntegra:


Varadouro nas escolas

Cecília Lima

cecilialima.pb@dabr.com.br


Ao contrário das demais capitais nordestinas, João Pessoa não nasceu junto ao mar. Sua origem se deu às margens de outras águas, mais turvas e menos espumosas que as do oceano Atlântico, as águas do Rio Sanhauá. A fundação da cidade, seus personagens históricos e anônimos estão retratados no poema épico “Varadouro” do escritor Políbio Alves, que é o homenageado da 5ª edição do projeto Ano Cultural , promovido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa.


Nesta terça-feira (6), a Secretaria de Educação e Cultura (Sedec) lança uma nova edição do livro no Salão Panorâmico da Estação Ciência Cabo Branco, no bairro do Altiplano. Na ocasião, o prefeito Luciano Agra e a secretária Ariane Sá entregarão 2 mil exemplares que serão distribuídos nas 94 escolas municipais e nos 39 Centros de Referência em Educação Infantil, onde a obra está sendo estudada desde o início de 2011. “Para mim, é uma satisfação indescritível saber que meu poema está sendo estudado por quase 70 mil alunos”, declara o homenageado Políbio Alves.


Políbio Alves nasceu em João Pessoa, há 70 anos, e “Varadouro” (originalmente publicado em 1989) recebe o nome do bairro mais antigo de João Pessoa, onde o poeta viveu sua infância. Nele estão registrados - em versos livres - quatro séculos da cidade fundada em 1595 à beira do Rio Sanhauá. Além de “Varadouro”, sua obra mais emblemática, Políbio escreveu também "O que resta dos mortos" (1983), "Exercício Lúdico - invenções e armadilhas" (1991) e "Passagem Branca" (2005). O autor prepara o lançamento de mais dois romances para 2012: “A Leste dos Homens” e “A Traição de Hemingway”.


Traduzido para o francês


A prosa de Políbio Alves deve ganhar uma versão francesa em breve. A professora de Literatura Neolatina Roselis Batista Ralle coordena um grupo de alunos na Université de Reims Champagne-Ardene que está traduzindo a primeira publicação do paraibano, o livro de contos “O que resta dos mortos” para o francês. “Traduzir poesia é uma tarefa complicada por si só e traduzir a de Políbio, complexa, é então uma missão bastante difícil. Então decidimos começar pela prosa", comenta Roselis, que estuda a obra de Políbio desde 2006.


Através das aulas ministradas pela professora, a obra de Políbio é vista por estudantes do mundo inteiro. “Vejo franceses e intercambistas da Noruega, Finlândia, Rússia e outros países de línguas bem diferentes do português que se interessam pela prosa e poesia de Políbio. Os livros dele estão na biblioteca da universidade e são lidos por muitos, na versão original. A ideia da tradução é, além de um exercício acadêmico, uma forma de divulgar a obra dele para pessoas que não leem em português”, explica.


“O que resta dos mortos” já possui uma edição em espanhol, assim como “Varadouro”. Ambos os livros foram traduzidos e lançados em Cuba, país onde a obra de Políbio é bastante reconhecida. A sua literatura é objeto de da tese de doutorado da professora Bárbara de Fátima Alves de Oliveira, na Universidade Federal da Bahia, que traduziu para a língua inglesa o livro “Exercícios lúdicos - invenções & armadilhas" (“Emotional Training - inventions and traps”). Além do Brasil, França e Cuba, Políbio Alves também é lido e estudado na Itália, Alemanha e na Argentina.

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