sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Véspera da primeira entrevista oficial

Conheci meu personagem, Políbio Alves, em maio deste ano e depois disso tive a oportunidade de entrevistá-lo mais duas vezes. Até agora, foram três encontros nos quais pudemos conversar sobre vários assuntos, mas sempre com alguma limitação de tempo, pois se tratavam de pautas para o jornal (onde o tempo urge e a correria é grande).

Essas entrevistas preliminares se mostraram bastante úteis tanto na decisão de tomá-lo como personagem como na elaboração de um esboço do que eu gostaria de abordar no livro-reportagem. Deixo registrado aqui que está marcada para amanhã (10 de setembro) a minha primeira entrevista oficial para o TCC. O encontro será à tarde, na casa dele, e eu pretendo levar um gravador e uma câmera filmadora. Não pretendo usar as sonoras para nada em especial, é basicamente para não ter que escrever tudo o que ele diz. Mas, pode ser que isto venha a ser útil um dia.

Para dar uma qualidade melhor ao material eu comprei um tripé para acoplar na câmera. Já estava precisando de um e o TCC foi uma boa oportunidade para eu comprar um. Espero que o fato de ser filmado não intimide o entrevistado. Acho que isso não vai acontecer. Também vou levar a câmera fotográfica para registrar alguns momentos do making of. O problema vai ser tirar a foto, já que estaremos só eu e ele. Este é um dos problemas de levar um projeto desse tipo sozinha.

Metodologia para a entrevista


Eu ainda não sei ao certo quantas entrevistas farei com o personagem. Depende muito do que a primeira render. Pode ser que conversemos por horas, ou pode acontecer um imprevisto e termos de interromper a entrevista. É imprevisível. Devido ao fato de já nos conhecermos e de eu já ter conhecimento de muitos detalhes da vida dele, acredito que a conversa fluirá bem melhor do que na primeira vez que nos vimos. A necessidade de mais uma, duas ou três entrevistas vai depender do quanto esta primeira renderá.

Falar sobre vida e memórias é algo complicado. Não porque seja difícil, é justamente o contrário: com algumas pessoas a conversa flui tão naturalmente que acaba-se falando demais e os assuntos ficam sem ordem cronológica ou repetitivos. Tendo em mente que estou elaborando um produto jornalístico eu pensei em técnicas para conduzir a entrevista de modo a evitar esse tipo de situação. Vou tentar abordar tópicos da vida dele por ordem cronológica, pedindo-lhe que fale tudo o que se lembra sobre determinados assuntos.

Estou nesse momento elaborando um script para a entrevista de amanhã. A intenção é direcionar a conversa a tópicos pré-estabelecidos. Aqui estão alguns:

-Família (pai, mãe, irmãos);
-Origem (quando e onde nasceu, em quais circunstâncias);
-A mudança para o bairro do Varadouro (onde morou, as pessoas com quem conviveu, os lugares que frequentava);
-Os primeiros contatos com o Rio Sanhauá (pescaria, banhos, lendas, acidentes);
-Primeiros contatos com a Literatura (como leitor e como escritor);
-Mudança para o Rio de Janeiro (a vida na Casa do Estudante, as refeições no Restaurante Calabouço, a morte do estudante Edson Luís);
-Prisão durante a ditadura (em que circunstâncias se deu, os motivos, o que aconteceu na prisão);
-O Título de Cidadão carioca;
-As primeiras publicações;
-A volta para a Paraíba;

Esses, obviamente, são temas bem abrangentes que com certeza renderão horas de conversa (e pelo que conheço do personagem, serão horas mesmo e que passarão rápido, pois sua história é fascinante).
Além dos aspectos gerais sobre Políbio, eu quero focar na sua ligação com o bairro do Varadouro. Preciso saber o que o levou a escrever o livro e qual sua relação com os lugares e com as pessoas que aparecem na obra. Amanhã eu posto sobre como foi a primeira entrevista oficial com Políbio Alves.

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